Não um livro qualquer, de qualquer bundão que anda colocando tinta no papel, ou despejando alguns bytes de informação eletrônica no meio virutal e se dizendo escritor mesmo assim.
Mas, como a arte de falar sobre algo também é considerada uma forma de arte, mesmo que aquele que fala sobre esse algo não seja capaz de fazê-lo, vamos dar graças a Deus pela bomba atômica e aproveitar um excerto do "Alguma coisa mudou" do Joseph Heller. Especialista em criar metáforas para a condição humana, comparações e intersecções de leitura mesmo antes da moda dos estudos comparativos etc.
Espero também que meus leitores me considerem um pouco mais inteligente por chegar aqui e assumir descaradamente que li alguns livros. Se não mais inteligente, pelo menos um pouco mais culto do que pareço, pô!
Mas, autocomiserações e autoironias deixadas de lado, espero que os leitores deste blog aproveitem o o texto abaixo e o leiam com atenção, pois espero sincera e honestamente que sirva para despertar a busca por este autor.
Para aqueles que já o conhecem e que entenderam ou reconheceram as sutis citações feitas nesta dispensável e interminável introdução espero que façam uma retomada da leitura dos seus livros, e que passem a fazer justiça quanto aos seus "Gold vale ouro" (certo, o título em português é horrendo e deixa passar o duplo sentido que o original traz em si), "Só Deus sabe" e "Imaginem que...", e deixem de olhar tanto (para o genial, admito) "Ardil 22", pois falamos aqui de uma pessoa que consegue caçoar de si mesmo, de rir da própria desgraça sem deixar de provocar uma reflexão profunda.
Por hora deixemos essa lenga-lenga de lado para apreciar o tão esperado excerto, já que o espaço para comentários estará aberto tanto para as devidas discussões, como para as devidas represálias, se bem que estas serão sumariamente deletadas pelo administrador do blog, pelo que responsabilizarei o google ou colocarei a culpa no sistema, mas dessa vez no sistema operacional que acusarei de ter extraviado, convenientemente, os comentários contrários às ideias aqui expostas.
E, obviamente, quando se trata de fazer uma transposição de um texto qualquer, mínimo que seja, de um cara como o Heller, em um espaço qualquer de leitura, a gente sempre fica com medo de que acabe tendo os textos ofuscados pelos seus e até com vontade de abandonar o ofício de escrever. Mas que se dane. Dizer algo assim também já é muita puxação de saco e acaba mandando para o espaço a minha fama de mal-humorado e iconoclasta.
Agora, o trecho de fato:
No meu departamento há seis pessoas que têm medo de mim, e uma secretária que tem medo de todos nós. Há uma outra pessoa que trabalha para mim e que não tem medo de ninguém, nem mesmo de mim. Eu a despediria sem qualquer hesitação, se não tivesse medo dela.