quinta-feira, 11 de março de 2010

Subespécies

Dado o sucesso da postagem anterior, que teve cerca de cinco acessos, incluindo os dois que fiz para editar o texto, e também porque pretendo abrir uma firma de consultoria de recursos humanos e inumanos, continuaremos a discutir aqui os problemas de carreira e corporação.
Claro, o anterior era um texto sobre os chefes. Agora, falaremos sobre subordinados e subalternos.
Antes, um pequeno aviso aos desavisados, apesar do título, não se trata de um filme de terror (embora certas situações sejam aterrorizantes) ou de uma postagem sobre biologia, assunto que me é muito caro, mas sobre o qual entendo tanto quanto um cavalo ou uma zebra entendem de usinas termonucleares.
Mas, poderíamos dizer que os chefes procriam, coçam-se e da sua pele se desprende uma espécie de parasita que tende a se reproduzir rápida ou lentamente, dependendo das condições de higiene mental local.
O parasita em si é aquele tipo de colega que, sempre, apesar e acima de tudo, defende a visão do seu patrão. Aquele (ou aquela) a quem é conferido uma parte ínfima do sabor do poder autoritário e que, justamente por sentir esse doce sabor, passa a exercer uma função que podemos chamar de célula de chefia.
Claro, o parasita é o tipo que leu a cartilha do chefe, não chega a ser exatamente um puxa-saco padrão, poderíamos chama-lo de papagaio, mas isto constituiria uma grande ofensa a esta simpática, colorida, falante e ameaçada ave.
O parasita é aquela (ou aquele) colega que, sentando ao seu lado, tenta delegar tarefas, repetir os erros da chefia e ficar ali, tentando ganhar a simpatia de todos dizendo: Olha pessoal, responsabilidade é de todos, devemos ter iniciativa, zelar pela féria de nosso patrão.
E ele (ou ela) fica ali, rastejando na mesma lama que todos, usando o mesmo banheiro de todos, mas, claro, como parasita, alimenta-se das migalhas de autoridade deixdas para trás pelo superior.
Então, o leitor pode perguntar: e como identifico esse tipo de parasita? É mais ou menos fácil; seu discurso e aparência são repulsivos, ele é o tipo que veste sempre a camiseta da empresa, demoonstra certa intimidade para com o chefe, nas rodas de conversa com os demais colegas refere-se ao superior pelo primeiro nome e não usa a forma senhor ou senhora, sempre faz comparações que dizem que poderia ser pior (lá), poderia melhorar se todos colaborassem conosco (aqui), dão graças aos céus por terem tido a oportunidade de trabalhar no lugar. Mas como já foi dito aqui, não se assemelham ao puxa-saco, já que este pode ser apenas um mero suproduto do constrangimento causado pela estrutura de trabalho e pelo medo(claro) de perder o emprego. Não, esta subespécie de micro-chefe é o tipo que fica ali, parado, encarando todos. Aquele tipo de valentão que vai à praia com dezenove pessoas e puxa uma briga com o magrelo de bermudas, tênis e meias, sua maior característica é a covardia. Sempre procura dissipar os movimentos grevistas, ou anti-chefe, mas no fundo se borra de medo também.
Claro, é difícil combater este tipo de praga. Se fossem baratas, uma boa sapatada resolveria, mas o caso é mais complicado, o parasita pode ser invisível e se revelar em uma mesa de bar, um email ou programas de conversa pela internet.
Se bem que ainda não existem relatos de tentativas de usar o sapato contra este tipo de criatura. Pode dar certo, principalmente se for atingido diretamente na boca.
Aconselhamos, então, contra o parasita, o uso da sapatada metafórica.

3 comentários:

  1. Mas como... é sem propósito este blogue: "pretendo abrir uma firma de consultoria de recursos humanos e inumanos, continuaremos a discutir aqui os problemas de carreira e corporação"
    "Mas, poderíamos dizer que os chefes procriam, coçam-se e da sua pele se desprende uma espécie de parasita que tende a se reproduzir rápida ou lentamente, dependendo das condições de higiene mental local.
    O parasita em si é aquele tipo de colega que, sempre, apesar e acima de tudo, defende a visão do seu patrão"
    Hehehe! Olha, Ricardo, muito bem traçada a distinção entre parasita e puxa-saco!
    Os funcionários do vídeo abaixo, com certeza, não foram afetados pelo tal parasita...! Menos ainda pelo chefe. Ou será que foram...?

    http://www.youtube.com/watch?v=MpcCaXQjvug

    Bj! Tê!

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  2. E é incrível como isso acontece também no setor público. Claro, os parasitas, na grande maioria dos casos, são ocupantes de Cargos em Comissão, os famosos CCs. E utilizam uma estratégia um pouco difetente: afirmam, de pés juntos, embora não como a gente deseja que estejam, que poderia ser sempre pior, pois lá em outro setor, a chefia pega no pé (ensinuando que um funcionário pode ser transferido pra um lugar terrível se não cooperar com a administração).
    Mas no fim, todos têm o mesmo DNA.

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  3. Pois o que digo, caros amigos, é que afirmei que os parasitas saem da pele do superior quando este se coça apenas para não dizer que surgem de lugares, digamos, menos nomináveis do corpo da chefia.

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