quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Esta também é daquelas, deles.

Antes de qualquer entabulação pretensiosa vou dizer que o texto de hoje não é exatamente meu, pelo menos no que diz respeito a sua feitura e que geralmente eu pediria permissão aos autores para postar textos de tal natureza, mas como acredito que não serei processado por isso, visto que as pessoas envolvidas são meus pais. Melhor dizendo, meu pai e minha mãe, pois sabe-se lá o que, ou qual tipo de ideia pode suscitar, nesta conturbada e polêmica atualidade, uma afirmação desse tipo.
Também vale explicar, embora desnecessariamente, que antes do ataque e da enxurrada de argumentos e contra argumentos, réplicas e tréplicas de possíveis leitores intelectualóides, sei que a poética do cotidiano ou, caso prefiram, uma poética cotidiana, já foi exaustivamente discutida e, obviamente, serei indiferente a comentários desse tipo, pois trata-se apenas de uma boa história que, mesmo fora de contexto, continua surtindo efeito, ou seja, soando-me bastante divertida em sua leitura, portanto não há motivo maior ou mais forte para publicá-la aqui e esse próprio já é por mim considerado suficiente, ou suficientemente forte e convincente para ser publicado neste espaço. 
Todavia, além deste singelo introito, o texto que segue é a pura verdade e dou meu próprio testemunho de que não é apenas uma situação bizarra, como também de grande criatividade e originalidade. E nada foi inventado, seja a situação ou o singelo, mas sempre simpático, embora em desuso, "alô, quem fala?"
Ei-lo:


Vou te contar um história muito estranha:

  Estava tentando ligar para casa, em Pelotas, para falar com o Ricardo a respeito do show da Marianne.

  Liguei a 1ª vez.

  - Alô, quem fala? - dizia eu

  - Quer falar com quem? - respondia uma mulher

  - Quero falar com a Marlene.

  - Eu me chamo Marlele.

  - É muita coincidência, mas a minha esp... mulher se chama Marlene, mas é engano.

  Aí desliguei e tentei novamente.

  De novo atendeu a mulher.

  - Alô.

  - Me desculpe - disse eu - mas acho que liguei errado novamente. De onde a Senhora está falando?

  - De Pelotas, respondeu a mulher.

  - Puxa, mas é muita conicidência mesmo. Eu quero falar com a minha mulher em Pelotas e ela se chama também Marlene.

  - De onde o Senhor está falando?

  - De Araranguá.

  - Mas o meu marido trabalha em Araranguá.

  - Então tu é a Marlene mesmo.

  - Ah! Vai tomar no cu! Que que aconteceu?

  - Pomba eu não conheci a tua voz

  - Nem eu a tua?

 -  Pô Marlene, eu pensava que estavas dormindo.

    - Então diz pro Ricardo atender que vou ligar no celular.

   Aí desliguei.


     Terminou a história.  Nada deste incrível diálogo telefônico foi inventado.