terça-feira, 16 de março de 2010

Sem relevância

O apanhador no campo de centeio costuma aparecer em diversas listas de livros de cabeceira. Claro, a minha não é diferente. Dentre outros lá está este que narra a peregrinação do Holden por Nova Iorque (que é como os ingleses chamam New York). Não poderia dizer mais nada que já não se tenha dito sobre o livro, ou prestar homenagem que já não tenha sido feita a Salinger. Pelo menos não de forma pungente quanto vários outros.
Pensei em publicar algo por aqui quando da morte de Salinger, mas não acho confortável escrever obituário ou notas fúnebres. Claro, eu poderia dizer inúmerascoisas fazendo analogias com o gargalhada, um dia especial para os peixes-banana, etc, claro, coisa que prefiro não fazer, já que a repetição serviria apenas para desgastar o assunto. Mas, para não considerar abandonada a causa e, acima de tudo, porque o livro e autor realmente merecem certas homenagens, resolvi falar algo sobre um dos personagens menores do romance.
Personagem menor? Não, o correto seria personagem ínfimo. Afinal, qualquer romance, filme ou obra narrativa tem seus coadjuvantes. Alguns dizem que existe um prêmio na academia de cinema dedicado a tal tipo de papel (o que ainda preciso averiguar). Mas o fato é que o personagem a que me refiro aqui tem uma passagem curta. Na verdade sua existência no "apanhador" é de cerca de um parágrafo - menos, se considerarmos as divagações do narrador acerca de sua aparição - mas a verdade é que o personagem que realmente expressa o desprezo pelo sistema e valores arcaicos é edgar Marsalla. Este é realmente meu herói, sem essa lenga lenga de peregrinação, divagações, contradições, conflitos e especulações. Edgar Marsalla é de fato profano, grosseirão e politicamente incorreto, capaz de soltar um peido infernal em uma capela durante o discurso doutrinador daquele que representa o estilo de vida para o qual a escola que Holden frequentava estava-o preparando. Obviamente todo o livro é muito sedutor, Holden dialoga muito bem com o leitor e sintetiza os conflitos e inquietações enfrentados por qualquer pessoa em qualquer geração.
Portanto, posso dizer aqui que o comentário realmente para tal texto/situação é que cabem coisas demais em um único personagem, mesmo que sua existência seja tão curta como a de Marsalla, aquele que não dialoga com o leitor, mas dá uma boa idéia do que o leitor vai encontrar pela frente.

Um comentário:

  1. Richardinho!!!! Ainda vou ler! Me convenceste...! Sou a única no universo a não ter lido O apanhador no campo de centeio?
    Bj!!!! Tê!

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