quinta-feira, 14 de maio de 2009

Um sujeito bem humorado

Dizem por aí que sou um cara mal humorado. Por quê? Só poque quando vou ao supermercado e tocam músicas ruins tenho vontade de quebrar os alto-falantes? Porque tenho vontade de chutar a bunda daqueles que gostam de trancar as filas? Porque tenho vontade de queimar os livros que vendem felicidade através de frases de sabedoria barata? Ou porque não gosto de cantores chorões-risonhos?
Não. Acho que me chamam de mal humorado porque acredito que gosto se discute. Porque não acredito na liberdade cerceada. Nessa liberdade que dizem por aí que temos, mas que não passa de uma imposição, imposição de uma maioria, infelizmente, mas imposição mesmo assim. Nas possíveis escolhas apresentadas para nós. Nessa anti-democracia, nessa falsa diversidade que anda solta e é alardeada por pseudo-intelectuais, mas que não passam de mais uma forma de podar as escolhas individuais.
Hoje um sujeito escutava algo que dizem ser música em seu carro enquanto eu ia para casa após o trabalho. É algo fundamental, o mau gosto da pessoa é proporcional à potência do som.
É como se alguém dissesse: olha, podes fazer o que gostas, mas eis a lista do que gostas...
Por que se vê tanto lixo circulando? Livros ruins, música ruim, programas de televisão.
Se democracia é seguir o que um grande número de pessoas pretende fazer prefiro seguir a minha auto-ditadura, com os dentes cerrados e a testa franzida. Sigamos, então, o caminho dificil, o caminho dos que têm vontade de derrubar os auto-falantes dos supermercados.
O Bukowski dizia: "...dê merda para eles e comerão". Acho que está na hora de andar pelas ruas de colherinha em punho.

2 comentários:

  1. É, acho mesmo que o problema todo dessa gente é o que eles comem.

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  2. Milhares de moscas comem merdra, mas isto não faz coom que a merdra (diria o Pai Ubu) seja a melhor diéta.

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