segunda-feira, 25 de maio de 2009

Envelhecer é preciso, ser imparcial também

Fui comprar uma passagem em uma agência de viagens. Havia lá uma moça muito mal humorada, um computador lentamente conectado ao sistema de vendas, uma idosa senhora que queria comprar, com três meses de antecedência, uma passagem para uma cidade fora do estado e eu. Eu objetivo, decidido a fazer o que tinha de fazer o mais rápido possível e a idosa argumentando com a moça que trabalhava lá:
- Mas por que não posso comprar a passagem agora?
- Nós vendemos passagem com um mês de antecedência no máximo?
- Mas vou viajar dentro de três meses. Quero comprar agora.
- Trinta dias.
- Mas você acabou de dizer um mês. Minha filha e meus netos me esperam.
- Se podem esperar três meses, podem esperar que a sehora volte aqui dentro de dois meses.
- O que, agora são dois meses?
Fui embora sem comprar minha passagem com antecedência de um dia. Acho que se ficase mais tempo ali, meu pedido teria fritado o cérebro da impaciente vendedora de passagens.
Envelhecer deve ser assim. Não ter muito o que fazer, além de visitar os parentes em uma viagem programada com três meses de antecedência. O pior é que, de alguma estranha maneira, isto tinha me parecido engraçado na hora: a vontade de dar um chute na bunda da velha, expulsá-la da agência dizendo que a minha compra era mais importante ou dar um soco no balcão de vendas e dizer para a vendedora: explica direito sua vaca.
Realmente a imparcialidade é algo especial.

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