quarta-feira, 6 de maio de 2009

Inaugurando

Para inaugurar este blog, nada melhor do que um assunto quentíssimo, tal como a reforma ortográfica. Ferreira Gullar já afirmava só caberem no poema a mulher de nuvens e a fruta sem preço; e eu digo: só cabem na reforma o hífen, os acentos, mas não cabe o pronome, substantivo e adjetivo "o cara". Nada há de mais útil na língua portuguesa do que a expressão "cara", nehuma outra palavra é capaz de carregar em sua essência tanto e tantos significados. Por exemplo: O cara trabalha, trabalha e não sai dessa; O cara ficou parado e não fez nada; O Lula é o cara.
E agora, o que dirão os estudiosos de literaturas lusófonas a esse respeito? Farão eles uso do cara? Terão eles presidentes como o nosso cara? E agora, onde fica a unificação lingüística?
Tantas perguntas suscitadas por um único verbete e este cara daqui já vai ficando cansado.

2 comentários:

  1. Cara! Só tenho as duas palavras dos pomeranos lourencianos pra falar sobre este blog: para bens!
    Pra não ficarem dizendo por aí que um otário é puxa-saco (ou puxassaco?) do Profano, digo apenas que as palavras estão justamente onde e como deveriam.
    Felizmente citaste uma palavra muito cara ao léquicico das lusófonas. Só uma pena o cara lá da Guiné Bissal não ter sobrevivido ao linxamento. Se o hábito fosse seguido por outros caras...

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