terça-feira, 21 de julho de 2009

O mapa da coisa

Saí para dar uma volta, pisei em um cocô de cachorro. Não era para ser um evento grande ou mesmo pequeno, mas, quando voltei para casa, vi que tinha deixado no meu tapete uma pequena marca, feita de merda, que parecia o mapa do Brasil.
Entrei em um conflito. Meu nacionalismo latente não me permitia apagar a mancha, mas os hábitos de higiene e o bom senso me diziam para lavar o carpete.
Pensei na pessoa que saíra para passear com o cachorro sem levar um jornal ou sacola plástica para recolher o seu "produto". Aliás, um bom fim para a sacola de plástico e, principalmente, um bom fim para os jornais, já que o que certos jornalistas andam escrevendo atualmente assemelha-se muito ao que o cachorro tinha largado no chão.
Mas, voltando à pegada no carpete, poderia servir de metáfora para muitas coisas, teria muitas utilidades, substituiria aqueles mapas que a gente compra em livrarias, ou os atlas que são vendidos encartados em jornais. Eu poderia trazer os vizinhos para dar uma olhada. Talvez alguns até dissessem: olha, estou vendo a minha casa. Ali está Brasilia, a esplanada dos ministérios, e bem lá na parte de baixo está o Palácio Piratini!
Poderia mesmo dizer muitas coisas sutis e outras nem tanto, mas preferi simplesmente lavar o tapete, dando à merda o fim que ela deve ter.

4 comentários:

  1. "nacionalismo latente" é a maior ironia que já ouvi!
    Bárbaro,profano, melhor post que li essa noite!

    Bjs,Jana

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  2. Realmente uma merda de cachorro em formato de mapa do Brasil só poderia te trazer um nacionalismo latente. Mas deixo o trocadilho pela metade.
    Acho que tomaste a atitude certa. Isso é o oposto do que alguns escritores andam fazendo, principalmente os de auto-ajuda (autoajuda, segundo a nova velha) que é se preocupar muito mais com um conteúdo de merda e esquecer a forma que, no caso deles, não difere muito.
    Poderias dar um toque anárquico e botar o teu cachorro, ou a cachorrinha (o bixo, não pensem que estou ironizando!) a mijar sobre o mapinha.

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  3. Pus a cachorra a mijar sobre a merda mas, embora seja hábito dos gatos, também ela quis enterrá-la.

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  4. É, Ricardo, ainda bem que esse é um blog "sem objetivos"!!!!Rsrsrs!
    Bj,Tê!

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