quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Cinema II

Não sou crítico de cinema. Sei lá como trabalham aqueles caras que escrevem para certas revistas e dizem que essa produção é irregular, que aquele roteiro é incongruente, que o elenco é inconsistente, que o diretor é concupiscente, seja lá o que isso tudo significa, também não tenho o menor interesse em descobrir.
O que deixo aqui, não é exatamente uma crítica, e sim um apanhado de fatos curiosos que percebo a cada vez que assisto a determinados filmes, ou, como os infligidores baratos de coesão gostariam de dizer: obras da sétima arte.
Nos filmes do Hitchcock, por exemplo, sempre há algo ingênuo que, antigamente, eu atribuía ao pensamento da época, como se antes as pessoas fossem menos safadas, mas é engraçado pensar que no filme "A cortina rasgada", o cientista gênio que detém a fórmula secreta e, por sinal não é cercado por segurança alguma, é ingênuo a ponto de se deixar levar pela conversa fiada do tosco cientista americano, encenado pelo Paul Newman. 
Também não faz sentido que, na maioria dos filmes de invasão alienígena, espécies com inteligência suficiente para atravessar a galáxia, ao invadir o nosso planeta atenham-se à destruição de monumentos. Os seres desembarcam neste planeta para destruir a Estátua da Liberdade, a Torre Eiffel, o Coliseu, o Cristo Redentor, não, o Cristo Redentor não. Mas de qualquer maneira, não dão a menor importância para as fontes de energia e de alimentos. Pergunto então: para que tanto esforço coletivo dos governos do mundo, já que, aparentemente, os aliens são caras bem intencionados e nada mais querem do que promover uma reforma de bom gosto aqui na Terra?
O Chewbacca, sujeito evidentemente sem capacidade de produzir um pensamento profundo, que é capaz de desenvolver uma linguagem complexa, sempre é capaz de consertar o cruzador intergalático mais veloz de todo o universo, cujo motor provavelmente é da maior complexidade, e melhor ainda, usando somente uma simples chave de fenda. Bem, talvez eu esteja exagerando aqui e o simpático Chewbacca seja de inteligência superior, mas mesmo assim é algo a se pensar a respeito.
De qualquer maneira, dentre os aproximadamente 16 leitores deste blog, muitos farão contato para criticar, dizendo que o forte do Hitchcock era sua ironia, que as destruições dos monumentos pelos extraterrestres era pura licença poética e que eu não deveria falar contra o Chewbacca, pois poderá ser interpretado como uma postura extremamente incorreta do ponto de visa político, pois ele pode ser considerado como parte de uma minoria e tal atitude, nos dias de hoje, não fica nada bem. Mas não estou recebendo comentários, porque esses são dados que simplesmente me parecem curiosos dentro do conceito dos filmes e que se algum leitor, em algum momento, se julgar no direito de pedir direito de resposta, que vá arranjar espaço próprio para arranje suas divagações acerca dos filmes.

3 comentários:

  1. Tá explicado: o Peréio é um alienígena.

    Mas o que tem de legal nos teus posts (especialmente nesse) é que argumentas e contra-argumentas. Daí só resta aos leitores comentares a bobagem que eu falei acima.

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  2. Meu caro amigo:
    Não entendes coisa alguma de cinema: o Hitchcock era um cara superirônico, a destruição dos monumentos era simbólica e o Chubaca era um babaca mesmo, mas é incorreto falar assim dos deficientes. Vou já montar o meu blog. Tsk, tsk, tsk...

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  3. E isso que nem falei a respeito das incongruências do Kubrick, das falhas no roteiro do Laranja mecânica, dos erros científicos no 2001, da pobreza da fotografia do Barry Lyndon...

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