quarta-feira, 13 de abril de 2011

Premiações do Nobel que gostaríamos de ver

Subjetivos são os critérios que levam à atribuição do prêmio Nobel, especialmente o de literatura. Como é atribuído, por que determinados autores parecem sempre bater na trave, exatamente o que determina se essa ou aquela obra é digna de premiação? Provavelmente só a academia sabe. Mas vi, um dia desses, que alguns, provavelmente todos têm uma espécie de epígrafe da premiação, do tipo: pelo zelo lingüístico na composição poética que desvenda mistérios da simplicidade do modo de vida e na política ocidental, ou algo do gênero.
Claro, certos países receberam mais prêmios. Os alemães, os italianos, os espanhóis, os franceses. Saramago, com ironia, imaginação e, acima de tudo, com uma prosa magistral arrancou os portugueses dessa espécie de limbo que é a ausência da premiação. 
Alguns prêmios são tardios, outros precoces, de alguns pode-se reclamar de uma dose de injustiça, de outros que a justiça não foi feita. Mas claro, a academia sabe o que faz.
Já os brasileiros ainda carregam um certo ressentimento por não poder figurar nas prateleiras nacionais um desejado Nobel de literatura, junto com a taça Jules Rimet, ainda que desconfie que um título desse porte não seja muito adequado para se derreter e vender no mercado negro.
Entretanto, nós (mais especificamente eu) da equipe do Douto & Profano, com nossa vívida imaginação, criamos nossa própria lista de premiações com as respectivas citações, a fim de desfazer tamanha injustiça, pelo menos no âmbito da fantasia. Alguns dos premiados seriam:
Campos de Carvalho, por despertar em todos seus leitores o desejo de assassinar o professor de lógica e alegar legítima defesa.
Raduan Nassar, por ensinar que filosofia não é algo exclusivo filósofos, bem como a literatura não é exclusiva dos caretas quadradões, e que mais vale um transbordado copo de cólera do que uma colheita tardia de frutos de uma arcaica lavoura.
Fernando Sabino, por provar que ainda há minas, e mais, despertando o desejo de escrever sobre a arte de escrever sobre a arte de escrever, e assim sucessivamente.
Rubem Braga, por revelar a poesia do cotidiano em simples fatos com enorme zelo estilístico.
Ricardo do Douto e Profano, afinal não custa nada tentar. E também, quem levaria uma lista dessas a sério?

3 comentários:

  1. Pois pode contar com o meu voto, se não pelos textos apreciados ao menos pelo merecimento de reconhecer os que mereceriam o prêmio. Acho que com 1/4 de sangue sueco devo ter direito a 0,000000026 dos votos.

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  2. O Raduan Nassar merecia ganhar. O Lavoura é um dos melhores livros da lit brasileira. De repente, ganhando o prêmio, ele voltasse a escrever....

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  3. Infelizmente alguns escritores (o Campos de Carvalho, o Raduan Nassar) têm essa mania de desaparecer, indo criar galinhas ou algo assim. Mas o que eu sempre pergunto é por quê? Quem tiver alguma idéia que dê uma pista.

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