quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Novíssima gramática ampliada e restrita

Suscitou estrondosa ira dos gramatiqueiros do país, ou melhor, dos países, a ideia marqueteira de chamar a Dilma de presidenta, uns se atiram a escrever artigos em "jornais de direita" (o que para mim já soa redundante) e espalhar correntes de email por aí dizendo que isso corrompe a gramática, que é um absurdo, que é uma violação do sagrado direito da classe dominante letrada e linguisticamente prestigiada de exercer pleno e total domínio sobre os caminhos e a evolução do idioma, outros simplesmente aceitam passivamente essa regra cagada sabe-se lá por quem, ou de onde e saem  apregoando por aí: não existe, não existe, a gramática é estática, a língua (idioma) não se move em nenhuma direção que não o passado! Alguns, admito, argumentam bem e chegam a parecer mais ou menos convincentes, mas não menos antipáticos.
Após minha ligeira campanha particular em prol da liberdade linguística passei a receber, todos os dias, milhares de cartas perguntando se é certo chamá-la de tal forma ou se o particípio ativo não deve sofrer tipo algum de derivação. 
Mas não vou responder a nenhuma das cartas que abarrotam minha caixa de correspondência, e sim aproveitar o lançamento da Novíssima e Restrita Gramática da Nova Lingua Portuguesa, que em breve estará disponível nas melhores e também nas piores livrarias. Essa gramática traz uma nova proposta de análise do paradigma linguístico de Lavoisier, análise sintática segundo o diagrama de Pauling e o novo método de conjugação verbal de acordo com os postulados de Couper e Kekulé.
E depois que todos aqueles que me escreveram fizerem a leitura desta fantástica obra de gramática analítica e descritiva, aí sim estaremos prontos para discutir o problema (se é que assim pode ser chamada a questão) sob a ótica da lógica e talvez da negação, já que para mim, rejeitar derviações e neologismos parece uma tremenda negação da lógica.
E um aviso aos violadores da lógica da lingua: que pensem melhor antes de me enviar emails contendo críticas à flexão de gênero e emprego de determinados adjetivos e substantivos, pois prefiro receber aquelas correntes de simpatias para ficar rico, pelo menos é uma esperança...

Um comentário: