sábado, 16 de junho de 2012

Hipótese passageira

Às vezes, quando penso na quantidade de propaganda que é enfiada pelas nossas gargantas todos os dias, e mais especificamente quando penso a respeito dessa dita ideológica e do bombardeio macaquista que aconteceu na ocasião dos ataques aos edifícios nos EUA, na morte do terrorista e em todo o resto, principalmente quando há alguma pendência ou tendência política envolvida, da mesma maneira quando vejo  os noticiários a respeito do governo belicista dos EUA e de seu fraudulento presidente, o qual, de alguma forma, parece ter realmente se tornado um ícone, pelo menos na mídia de nosso país, que parece comemorar as invasões promovidas por aquela nação, não injustamente chamada por um dos seus de nação de estúpidos.
Penso no que aconteceria se os EUA necessitassem de mais espaço no planeta, e isso realmente parece estar prestes a acontecer, já que eles realmente parecem ter encolhido dentro de suas fronteiras, pois espaço físico e recursos naturais são, obviamente, muito mais importantes do que ouro e petróleo. Também lembro que misteriosamente comemoramos o expansionismo português muito mais do que a literatura portuguesa, mas isso é outro assunto, muito interessante, claro. 
A verdade é que pensei em algumas hipóteses de coisas que poderiam acontecer se os EUA invadissem o Brasil.
Em primeiro lugar, a invasão não se daria de forma agressiva; primeiro haveria uma certa aculturação nossa em relação a eles. Passaríamos a comer na lancheria do palhaço, as mulheres daqui passariam a ter muito seio e pouco cérebro, daríamos excessivo valor à tecnologia, que seria vista como solução de problemas por ela mesma criados. Teríamos programas de televisão aos moldes dos americanos, transformaríamos a cultura em mercadoria, chamaríamos escritores ruins de best sellers...
Mas se a invasão fosse feita de um modo agressivo, com tropas, exército, tanques de guerra, aviões, metralhadoras, em vez de com um simples telefonema, como efetivamente acontece. Como seria.
Creio que, em primeiro lugar, os políticos abandonariam Brasília, ou estenderiam o tapete vermelho para que os mariners marchassem pela capital.
A rede globo daria a notícia de que os EUA "ocuparam" o Brasil para instalar um novo governo na capital, em nome da democracia e da liberdade e que tudo não passa de uma fase transição, antes da devolução do controle do país para quem realmente merece, mostraria combatentes mortos, mas não sem chamá-los de rebeldes agressores ou vândalos marginais.
A juventude aplaudiria o desfile das tropas americanas nas ruas, dando graças a Deus por agora sim poderem comprar um I-pad, um I-phones, um I-pod, e com tais aparelhos milagrosos tirariam fotos durante as comemorações do dia da dependência.
Alguns resistentes publicariam fotos, charges, vídeos do Eduardo Galeano, fotos do Eduardo Galeano com textos do Eduardo Galeano ao lado das fotos, vídeos de conferências e alguns textos nas redes sociais, protestando, falando que é um absurdo, fazendo isto em seus notebooks, bebendo coca-cola até a hora de dormir.
Outros, mais rebeldes, escreveriam teses criticando o imperialismo e o colonialismo, dizendo que isso é coisa de reacionário, de neoliberal e que, se preciso for, estão dispostos a matar pela causa, mas irão para casa, no carro da mãe, com suas camisetas do uísque Jack Daniel's. Claro que dariam graças a Deus pela extinção do Velho Barreiro.
Os mais pessimistas e desesperançosos pediriam asilo no Uruguai.
Os mais otimistas diriam que os invasores seriam derrubados pelo poder do voto e que a situação está para mudar, e continuariam a sonhar feito idiotas acordados, dizendo que vale a pena, apesar de tudo, ser rebelde, mas silenciosamente dariam graças por ter finalmente uma causa.

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